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Ecommerce à Quarta – Edição #16 – Como criar a oferta perfeita para ecommerce

Nesta edição, a Vera Maia fala-nos sobre a oferta perfeita para ecommerce. Pode ver o episódio no YouTube, ouvir no Spotify ou no Soundcloud.

Vera Maia: Bem-vindos de volta ao Ecommerce à quarta! Esta semana, estou sozinha. É verdade, a Sónia está uns dias fora. Então eu vou falar-vos sozinha sobre ecommerce esta semana e espero que gostem e que faça sentido para vocês. E, claro, comentem, partilhem, digam-nos o que gostam mais nos nossos episódios. Neste episódio sozinha, digam também o que gostaram mais e menos e o que gostariam que repetisse.

Então, hoje o tema que eu queria trazer aqui e queria falar com vocês é a oferta perfeita para ecommerce. É uma das coisas sobre as quais eu tenho refletido, tenho testado, tenho estudado também sobre o assunto e acreditem que nunca paro de estudar, nem eu nem ninguém que trabalhe comigo, porque nós estamos sempre à procura de encontrar novas soluções, novos formatos, a perceber cada vez melhor o mercado, perceber o que faz com que as pessoas queiram comprar os nossos produtos ou os produtos dos nossos clientes. Portanto, estamos constantemente a evoluir e constantemente a aprender e é normal que uma coisa que nós digamos hoje, possa ser completamente diferente daqui a um ano, até porque o mercado está a evoluir muito rapidamente.

Sabemos também que todos os dias nascem coisas novas, contas novas, pessoas diferentes, produtores de conteúdo ou ideias diferentes. Portanto, isso é a parte incrível do mercado digital e ao mesmo tempo a parte difícil que nós temos que estar constantemente a evoluir, a aprender e a desenvolver as nossas competências.

Então, uma das coisas sobre as quais me tenho debatido mais ultimamente é sobre realmente esta questão da oferta. Porque a verdade é que nós, quando falamos em oferta, estamos a falar claro no produto que vendemos, no serviço que prestamos. Mas a oferta também vai tocar muito no desempenho dos nossos anúncios, porque uma boa oferta atrai mais pessoas. Se nós fizermos um anúncio, não é só ter um bom anúncio com um bom copy, uma boa imagem, uma audiência que esteja interessada naquele produto, mas, acima de tudo, uma boa oferta. Que vantagem competitiva é que estou a dar aquela pessoa? Ou o que é que aquela pessoa sente que vai ganhar ao contactar com aquela marca, ao comprar aquele produto?

E temos sempre que perceber que uma coisa é valor, outra coisa é preço. Nós compramos sempre algo que nós consideramos que tem o valor acima do preço que nós pagamos. Essa é a nossa realidade. Tudo o que nós compramos, seja uma peça de roupa, seja até às vezes um bem de primeira necessidade, tem de ser algo que nós vamos valorizar e a nossa valorização significa que vamos atribuir um valor superior ao preço que estamos a pagar. Independentemente do que estivermos a falar, a verdade é que esta é esse o nosso racional e é aí que nós nos devemos posicionar.

Por isso é que, repetidamente, muitas vezes, digo que o preço não deve ser o fator decisivo. Aliás, se o preço é o fator de decisão de um produto, então temos um problema porque, naturalmente, nós tendencialmente baixamos mais os preços. Se o nosso concorrente direto baixou o preço, nós também baixamos preço e então andamos aí nessa luta de preço e ninguém ganha. Na verdade, ninguém tem margem suficiente para continuar numa escalada desse género ou uma descida na verdade, desse género.

Por isso, é muito importante nós não nos posicionarmos pelo preço, mas por realmente o valor que estamos a dar ao nosso cliente, que nós acreditamos que é o melhor valor que podemos entregar e que o cliente vá também considerar que está sempre a comprar um valor acima do que está efetivamente a pagar. Então aqui a oferta tem mesmo a ver com isso. Tem a ver com como é que o cliente vai sentir isso, seja nos nossos anúncios, seja nos nossos produtos quando nós colocamos produtos na loja online, o cliente visualiza o produto e depois faz efetivamente a compra do produto. Seja até quando o cliente recebe o produto e sente que realmente o que recebeu é acima do valor que ele pagou. É um tema extremamente importante e é um fator extremamente decisivo depois também na fidelização de clientes, na gestão do cliente no longo prazo, na criação de uma relação realmente de longo prazo com o nosso cliente.

Agora vocês podem dizer “Ok, isto é muito giro, mas então e exemplos e como é que eu consigo realmente perceber qual é que seria a oferta perfeita, qual é que seria a vantagem que faria mais sentido para o meu cliente”. Recentemente eu fiz alguns testes até na Shaeco e já o fizemos no passado, principalmente na estratégia de lançamento da marca. Portanto, eu vou dar aqui alguns exemplos, podendo, claro, depois ser extrapolados para muitos outros negócios, para muitas outros produtos, empresas, serviços. Isto agora vai depender muito daquilo que é a realidade de cada de cada negócio.

Então, em primeiro lugar, a nossa oferta faz-se pelo cliente que nós queremos contactar e, portanto, nós temos que perceber qual é que é o nosso nicho de mercado, como é que é o cliente com o qual vamos contactar, qual é o cliente que vai ter realmente também a capacidade de valorizar o meu produto e depois de pagar o preço que eu definir. Isso é um ponto muito importante. Qual é que é o nicho de mercado? Qual é que é o meu cliente? Porque se eu não estiver a falar para o cliente certo, a minha oferta também não vai funcionar. Por isso, esse é um dos primeiros pontos e qual é que é a valorização que eventualmente o meu cliente vai fazer efetivamente ao produto que eu estou a comercializar naquele momento. Isto depois vai bater com os meus anúncios, com as minhas campanhas, com a minha estratégia de email marketing, com a minha estratégia offline inclusivamente, se eu tiver.

Portanto, eu tenho mesmo que saber quem é o meu público, quem é minha persona, quem é meu público-alvo. O importante é que seja um público que seja grande o suficiente para fazer crescer o meu negócio. Não quero públicos demasiado pequenos, mercados que estejam em declínio, mercados que não façam sentido para o negócio no longo prazo.

Um exemplo muito bom é o exemplo da Amazon. A Amazon começa com a venda de livros porque os livros focavam-se num tipo de cliente. Em primeiro lugar, eram fáceis de transportar, eram fáceis de efetivamente vender, porque não era um produto que fosse perecível, não era um produto que levasse aqui muito tempo o cliente a precisar de novos. Portanto produtos que sejam de compra repetida ou de compra frequente. Embora o cliente possa não comprar o mesmo livro várias vezes, vai comprar vários livros.

Mas, acima de tudo, mais do que este fator chave de produto, até inclusivamente a margem que temos dos nossos produtos. Nós somos muito a favor de margens sólidas e saudáveis, que há muitos negócios que não conseguem ter. Quando nós não temos uma margem sólida ou saudável, nós temos que ir para um negócio de escala. É a única forma que temos de fazer crescer o negócio, é a de volume. Se vender muitos produtos daqueles.

Se vender muitas máscaras, que foi um produto que foi muito necessário nos últimos anos. Se vender muitas máscaras que são vendidas a 0,50 € cada uma, efetivamente, eu posso, até em escala, ganhar dinheiro, mesmo que só ganhe 0,10 € em cada uma. Mas para isso tenho que realmente ter muita escala. Se eu não tenho essa margem saudável, é essa forma. Mas a melhor forma é termos um produto com margem saudável, um produto leve, um produto não perecível, um produto que seja simples da pessoa querer comprar e também de compra repetível e de compra frequente. Estes são tópicos essenciais ao nível do produto.

Mas depois, quando vamos ter com o nosso cliente e voltando à história da Amazon, como é que a Amazon ou como é que o Jeff Bezos cria esta estratégia? Esta ideia de ter uma Amazon que hoje é the everything store. Hoje tem uma estratégia muito diferente daquela que tinha quando iniciou e tudo à volta da oferta, que eu acho que é muito importante compreender isto. Então, começou pelos livros que compunham todos estes tópicos que eu estava a dizer, mas também estavam atrás de um cliente, algo muito importante, que era um cliente com rendimento médio mais elevado porque tinha capacidade económica, normalmente quem lê é quem tem capacidade económica, que lê compra livros com alguma frequência, procura novidades no mercado e, portanto, vai renovando o seu portfólio. E naquela altura também eram muitos os livros que eram menos encontrados nas lojas físicas. Eram de menos fácil acesso alguns nichos em particular e o online abriu essa oportunidade.

Então, a partir do momento que tem o cliente, a estratégia Amazon é uma estratégia de alargamento do portfólio que também faz parte aqui da oferta. Muitas vezes, para nós conseguirmos crescer o nosso negócio, chegar mais longe, ter mais clientes e até repetir, fazer com que o nosso cliente atual repita a sua compra é efetivamente a nossa capacidade de ter um portfólio maior de produtos, conseguir escalar ao nível da oferta. Porque é muito mais difícil nós fazermos crescer um negócio apenas baseado em mono produto, portanto, baseado num único produto que muitas vezes não nos permite a repetição, não nos permite chegar a mais clientes, mas, acima de tudo, a repetição de compra por parte de clientes que nos são mais atrativos e mais interessantes.

Portanto, aqui duas coisas que já mencionei, eu vou resumindo, porque, às vezes disperso um bocadinho. Então para ser um bocadinho mais prática e também vos ajudar. Primeira coisa: compreender qual é o nicho de mercado que eu estou a trabalhar, perceber exatamente se este nicho de mercado tem uma frequência de compra online, que percebo online, compra ou então posso querer abrir o mercado. Posso querer chegar a pessoas novas, desenvolver uma estratégia de muito longo prazo e isso vai fazer com que eu vá educar o mercado dependendo do produto que eu esteja aqui a comercializar.

Em primeiro lugar, é perceber se o meu cliente tem as características certas. Se o meu cliente valoriza o produto e sente que está a pagar menos do que o valor que ele vale, porque é isso que nós queremos

sempre sentir enquanto clientes. Nós estamos a pagar por alguma coisa que nós valorizamos de alguma forma. Portanto, se o cliente está a valorizar aquele produto, ele vai comprar. Num mercado que podemos considerar o mercado das commodities, como por exemplo, o mercado da moda. O que é acaba por acontecer? O cliente acaba por comprar, ou porque são tendências ou porque sente uma necessidade, não é? Mas a verdade é que ele tem sempre que valorizar aquilo que está a comprar e valorizar significa que vai colocar obrigatoriamente um valor superior àquilo que ele custa. Portanto, se eu tiver este cliente certo, no nicho certo, eu tenho a primeira fase desenvolvida.

Portanto, eu consigo associar o meu produto com um preço que seja vantajoso para mim também, que é uma das variáveis mais importantes. Eu preciso de margem, preciso de um produto que o meu cliente valorize acima daquilo que está a pagar e que eu consiga ter margem neste produto. Não me interessa um negócio sem margens, porque o negócio sem margens não me permite escalar. Chegar a 1 milhão € obriga a margens. Muitas vezes há muitos negócios que não têm lucro até chegar a 1 milhão €, não quer dizer que não tenham margem. São coisas muito diferentes. O lucro é o que sobra, é o que sai do meu negócio e que me dá liberdade financeira. Margem significa que eu estou a vender e estou a ganhar dinheiro em cada uma dessas vendas, mesmo que eu depois revista esse dinheiro no meu negócio online, na minha loja online, na minha estratégia de crescimento, internacionalização, de ir mais longe. Tudo isso depende muito da minha estratégia, mas margem saudável muitas vezes não significa termos lucro. São coisas diferentes. Também é importante percebermos isso dependendo da fase do negócio em que estamos.

Então, já falamos sobre o cliente e o cliente valorizar o produto. Já falamos sobre o preço e já falámos sobre algumas características do produto. Agora queria avançar aqui para outra coisa. Qual é que é a oferta que nós vamos dar ao cliente, qual é que é a oferta final? Portanto, o que é que ele vai receber?

Isto é extremamente importante, não só no site, na loja, não só as imagens que usamos, os conteúdos, os textos, mas é muito importante como é que eu vou compor esta oferta para o meu cliente. É um cabaz, por exemplo, em que o cliente compra um cabaz de produtos para durar durante X tempo? É uma oferta especial que o cliente paga uma única vez e depois tem uma subscrição constante? E ele não encontra esta oferta noutro sítio?

É muito importante nós nos distinguirmos do mercado. Como é que eu me consigo distinguir da concorrência? O que é que eu trago de diferenciador? Às vezes pode não ser o produto final, mas pode ser a forma como eu vendo este produto. Eu posso vender em quantidades, packs, bundles. Eu posso trazer aqui uma oferta em que eu ofereço o produto e o cliente paga uma subscrição de um serviço, por exemplo. Ou o cliente pode comprar o produto e depois ter uma subscrição de um serviço adicional. Pode pagar mais no início e depois ir pagando menos ao longo do tempo, pode ser outra forma de criar aqui uma oferta.

Os exemplos que eu vos posso dar são os exemplos da Shaeco e que existem neste momento e que, no início, quando nós lançamos o negócio, durante o período do lançamento da marca, na angariação de leads, a estratégia.. Isto é público, nós vamos falar sobre isto muitas vezes nas aulas, no podcast, etc.

A nossa estratégia foi de fazer uma campanha de angariação com a promessa de dois champôs pelo preço de um. Portanto, o cliente podia comprar dois champôs pelo preço de um durante um tempo, um período limitado e pagaria portes de envio ou dois champôs pelo preço de um, mais a caixa de transporte em cortiça com a oferta de custos de envio. Portanto, tínhamos aqui duas ofertas que eram interessantes para o mercado, que eram apelativas e que fizeram com que no lançamento da loja nós já tivéssemos um grande número de contactos, já tínhamos cerca de 500 contactos na altura e fomos aumentando a nossa base de dados ao longo do tempo. Foi importantíssimo para nós esta estratégia, nos posicionarmos dessa forma com uma oferta diferenciadora, com algo que marcou o nosso cliente.

Nós, mais tarde, voltamos a fazer uma campanha um dia de dois champôs pelo preço de um e foi claramente um estrondo junto da nossa base de clientes. Portanto, são coisas que nós também não vamos repetir com muita frequência por uma questão de gestão de margem, por uma questão de gestão de stocks, por uma questão de gestão até de clientes, porque muitas vezes os clientes que já compraram muito perto sentem que pode ter sido injusto para eles ou há outros clientes que depois podem não voltar a comprar se uma oferta deste género não se nossa proporcionar. Por isso também é importante nós irmos moderando este tipo de ações e de campanhas.

Depois outra estratégia que também já adotamos e que fez toda a diferença, isto mais junto de quem já é o nosso cliente, foi o lançamento de produtos que efetivamente a base de dados nos pedia, os clientes iam pedindo alguns daqueles produtos. Lembro-me claramente que quando lançamos a marca, rapidamente nos foram pedidos condicionadores e nós fomos alimentando a nossa base de dados com a mensagem de que estávamos a desenvolver o produto, que estávamos a preparar aquele produto para chegar até eles o mais rapidamente possível. E no momento em que lançamos esse produto, efetivamente a nossa taxa de conversão disparou e voltamos a ter taxas de conversão de 4, 5%. E ainda hoje temos com outras estratégias.

Portanto, claramente nós temos que ter um momento em que desenvolvemos ofertas, seja ao nível do produto, porque é algo que nos estão a pedir muito, seja ao nível da própria comunicação, na estratégia de comunicação que vamos ter. E é muito importante nós irmos medindo tudo isto. Já sabem que nós estamos sempre a falar de taxas de adição ao carrinho, avançar para checkout, de finalização de compra. Tudo isto tem que ser monitorizado desde o CTR da campanha, o número de cliques sobre o número de impressões ou o custo por clique. Compreender se nós temos mais impressões ao fazermos uma campanha destas. Se a seguir temos mais cliques, mais cliques, leva a menos investimento por clientes.

Tudo isto também tem que ser testado a nível de oferta, a nível de texto, copy, a nível de imagem, a nível de vídeos. Todas estas ofertas devem ser testadas, mas efetivamente uma boa oferta reduz drasticamente depois os custos com os anúncios e aumenta a nossa probabilidade de venda, mesmo que todos as outras métricas se mantenham, mesmo que a taxa de adição ao carrinho não suba, mesmo que a taxa de conversão não suba, mesmo que isso aconteça, o que não é normal, mas mesmo que isso aconteça, nós aumentamos o nosso potencial, porque vamos ter maior visibilidade, maior taxa de cliques e vamos trazer mais pessoas à nossa loja. Claramente é fundamental a construção da oferta e que não é estática e que pode ser mudada ao longo do tempo.

Então, além destes dois exemplos que eu já dei. O exemplo dois por um que foi uma forte campanha de lançamento e também mais tarde, um ano e tal mais tarde, no Dia dos Namorados, voltamos a fazer o mesmo. Temos esta questão de lançamento de produtos, de comunicar com o cliente com antecedência, de comunicar com a nossa base de dados que vamos fazer isto, que vamos fazer este lançamento e, portanto, ter esta antecipação também e este gerar de curiosidade. Quando já temos um cliente que nos segue e já nos pede produtos. Isso também é fundamental.

Também já falei um bocadinho da oferta diversificada, mas também volto a referir a questão de long tail, que é algo que a Amazon sempre apostou muito e a maior parte das lojas online que vendem realmente muito apostam num destes dois eixos. Ou os produtos são de elevado valor, exemplo da Apple. Ou apostam no eixo da diversificação.

Temos, por exemplo, uma Zara que faz um mix de duas coisas. Faz um mix de lançamento do produto e está a mais ou menos uma frequência de 15 em 15 dias. Pelo menos é o que é mais mencionado no mercado, tem uma frequência de cerca de 15 dias de lançamento de novo produto. Portanto, tem esta frequência de trazer novidades ao cliente e em simultâneo tem um long tail. Tem muita variedade na oferta, diversificada para vários géneros, para várias idades, várias faixas etárias, várias situações… Obrigatoriamente mexe muito connosco e com a nossa intenção de compra.

Agora mais um exemplo prático, recente e real da Shaeco. Tem mexido bastante com os nossos números e tem nos trazido taxas de conversão de 5%, taxas de adição ao carrinho de mais de 30%, que é algo que mesmo para quem trabalha, como nós, há muitos anos – no meu caso, há mais de 12 anos -em ecommerce, são números que são mais raros. São números muito interessantes, muito diferentes, e depois vou pedir para inserir aqui alguns prints, porque acho que faz todo o sentido. E eu já mostrei alguns em aula, portanto, nem é algo que eu não queira falar nem algo que seja falso. A verdade é que nós temos estes números e eu posso comparar com números que tínhamos há um mês, por exemplo, e são completamente diferentes.

Então, o que é que nós efetivamente fizemos? Fizemos uma campanha de angariação, focada exclusivamente na angariação, em que nós estamos a oferecer um produto que é One & Done mini. Portanto, é o nosso champô sólido em formato 30 gramas. O champô mini por 1 € mais portes de envio.

O mais interessante disto tudo é que efetivamente nós aumentamos o tráfego. A nossa oferta teve um impacto direto nos resultados das campanhas de marketing digital. Teve um impacto direto na nossa redução de custo por clique para aquele anúncio em particular, porque o impacto é grande, porque a oferta, a proposta é diferenciadora. Não existe uma oferta semelhante no mercado, capta a atenção do cliente e, portanto, obrigatoriamente leva a que o cliente queira entrar na loja e conhecer melhor a loja. Isto é o grande impacto que tem uma oferta que chame realmente a atenção do cliente. Depois, claro, temos a taxa de adição ao carrinho que realmente disparou. Estamos a falar de mais do que 30%, 36%, se a memória não me falha, de adição ao carrinho.

Claro que não vai toda a gente fazer uma oferta de 1€ mais portes. Nem faz sentido vocês replicarem, porque tem a ver com o produto, tem a ver com um teste que estamos a fazer. Também temos que ver muitas outras variáveis de futuro, não é? Qual é a taxa de repetição de compra destes clientes, mas o que nós queremos é chegar ao maior número de pessoas neste momento e que o maior número de pessoas experimente o produto e veja realmente os benefícios do champô sólido. E que faça parte da nossa base de dados, claro. A estratégia é uma estratégia de longo prazo. Não é uma estratégia de vender hoje e ter lucro hoje com isto. Nós queremos, no longo prazo, compreender os impactos que isto tem também no negócio, mas se não testarmos nós nunca vamos saber se este é possível ou não. Portanto, efetivamente, esta campanha tem tido um impacto brutal.

Em simultâneo, até há alguma perda de desempenho que tivemos com as atualizações de campanhas de Facebook, Instagram. Toda a gente já falou do IOS 14, acho que não precisamos de perder mais tempo com isto, mas teve um impacto nos nossos anúncios, porque efetivamente nós tínhamos uma grande estratégia de anúncios nas redes sociais e deixámos de ter tanto desempenho. Isto acho que passou um bocadinho por toda a gente e não tem a ver com falta de capacidade da equipa, tem a ver efetivamente com as atualizações que acontecem no mercado e que nós não podemos ser cegos. Temos mesmo que estar atentos e conseguir dar a volta e mudar estratégias e encontrar novos caminhos. Portanto, nós sentimos isso e a taxa de conversão de 4% tínhamos há um ano, nós não estávamos a conseguir replicar. E hoje em dia estamos.

Tendo claramente toda esta estratégia em cima de outras coisas que nós já temos, em cima de remarketing, em cima de reviews de clientes e em cima de tudo o que é uma estratégia de ecommerce. Não quero que ninguém pense que isto é simples e fácil e que se replica aqui uma estratégia que funcionou para uma marca consegue fazer com que ela funcione. Replicar a 100% não é possível, nós temos que adaptar.

Mas o que prova é que realmente é na oferta onde tudo começa. Se eu tiver de entregar a oferta certa para o cliente certo. Se ele vir uma proposta diferenciadora no mercado, seja ela qual for. Se ele compreender que o valor que lhe estou a entregar é superior ao valor que ele está a pagar. E o mais interessante de tudo é que, ao levarmos mais pessoas a conhecer a nossa oferta e tendo nós uma oferta que seja boa (que não seja simplesmente aquele One & Done mini mais portes), as pessoas podem ver outros produtos, podem navegar na loja, encontrar outras coisas, adicionar outras coisas ao carrinho e testar outras coisas.

O que nós conseguimos efetivamente é melhorar as nossas métricas, tanto no alcance de pessoas, tanto na aquisição de novos clientes, tanto na relação com outras pessoas que queiram conhecer a marca. Porque se nós conseguirmos manter as nossas métricas e acreditem, nós temos métricas mesmo muito boas, por exemplo, temos 50% de compras repetidas todos os meses, 50% dos nossos clientes são repetidos e isso consegue-se com muitas outras coisas que não é única e exclusivamente isto que vos estou a dizer. Por isso é que eu repito que não é única e exclusivamente isto que faz com que o negócio avance, porque há muitas outras estratégias à volta, mas é um fator fundamental de atração de clientes, de conversão na primeira compra, de teste e de, acima de tudo, reduzir o nosso custo por anúncio para conseguirmos chegar a mais pessoas. Efetivamente foi isto que fez toda a diferença, é algo sobre o qual eu andava a refletir há algum tempo e queria muito passar esta mensagem, porque eu acredito que o conhecimento deve ser partilhado, porque eu acredito que conseguimos levar os negócios para outros níveis se todos nós nos ajudarmos uns aos outros. E é para isso que também existe o Tudo sobre eCommerce.

Aquilo que nós testamos e que funciona não vai ficar no segredo dos deuses. Nós vamos partilhar e vamos sempre tentar ajudar o máximo de negócios que tenham a mesma mentalidade que nós. Negócios que queiram testar, negócios que queiram experimentar, negócios que queiram escalar sem perder de vista a sua loja online, que é para isso que cá estamos.

Então, resumindo, oferta perfeita: o que é? É o produto certo, para o cliente, com uma valorização do vosso produto e, se possível, com uma oferta, uma proposta diferenciadora. É essa proposta que faz com que o cliente se atraia, que queira experimentar, que queira ver mais. E depois, claro, temos todas as outras estratégias no que diz respeito à retenção, à fidelização de clientes, que é aí que nós vamos fazer crescer o nosso negócio. Não é, muitas vezes, na angariação que vamos conseguir chegar mais longe. Nós queremos chegar ao máximo de pessoas com o mínimo de custos para depois podermos trabalhar também tudo aquilo que são os restantes tópicos na escada de valor do nosso cliente.

Para quem estiver numa fase de escalar o seu negócio online, para quem estiver numa fase de fazer crescer a sua loja online, para quem tenha faturado entre 120.000 € e 500.000 € nos últimos 12 meses, nós temos uma proposta muito interessante que é a nossa mentoria Ecommerce Growth Strategy. Vamos iniciar em julho, estamos agora mesmo a finalizar as inscrições para os nossos 20 participantes. Se ainda quer fazer a candidatura, pode fazê-lo. Submete a sua candidatura e nós depois fazemos uma entrevista, é uma conversa para compreender se está ou não alinhado com aquilo que é o propósito desta mentoria, deste trabalho de 16 semanas em conjunto com 20 empresas.

O objetivo é que no final destas 16 semanas tenhamos todos alcançado números muito superiores àqueles que temos neste momento. Já temos negócios de faturação de 600.000 € anuais, já temos negócios de quase 800.000 € anuais. Portanto, claramente 1 milhão € não é suficiente para eles. Mas não é por ter um negócio abaixo de 500.000 €, pelo menos até 120.000 € nós vamos aceitar a entrada, porque acreditamos que todos juntos podemos ter aqui estratégias que nos ajudem a fazer crescer o negócio online.

Claro que durante as 16 semanas estarei eu e a equipa Tudo sobre eCommerce a ajudar e a transmitir conteúdo, mas também a acompanhar os passos do crescimento destes negócios. E depois teremos esta fantástica comunidade que será gerada e criada com estas empresas, em que certamente irá ser muito interessante a partilha de cada um, a experiência de cada um, porque muitas vezes a experiência do nosso vizinho diz muito e ajuda-nos muito, sejam negócios menores ou superiores ao nosso.

Bem, muito obrigada por estarem desse lado e mais uma vez, comentem, partilhem, digam-nos o que é que estão a gostar e o que não estão a gostar. O que gostavam de saber mais? Qual era o caminho que gostariam que nós seguíssemos? Nós estamos cá efetivamente para servir e é um gosto ter-vos desse lado. Muito em breve voltaremos a ter a Sónia e muitos convidados especiais. Até breve!